Aproveitando que o dia do amigo passou e ninguém lembrou dele, a não ser a Tita, resolvi passar por aqui para mandar notícias minhas para os meus amigos. Como faz mais de 6 meses que não escrevo, resolvi fazer um resumão do meu ano até agora.
JANEIRO – O COMEÇO DO FIM
Depois de 13 sensacionais dias no Brasil, com direito a festa no Joe, ida a praia, Asti na beira da praia, jogos de futebol com os amigos no final de semana e algumas churrascadas retornei aos Estados Unidos. Chegando em Miwaukee comecei a prepararme para a minha última temporada como jogador de vôlei. Depois de quase 20 anos a hora da aposentadoria chegou. Para fechar a com chave de ouro a minha carreira resolvi aceitar o desafio do meu técnico de jogar como oposto-passador. Para quem me conhece, sabe que em 20 anos de vôlei eu sempre joguei como levantador. Para os que não sabiam, agora já sabem.
FEVEREIRO – ERA GLACIAL
Muita neve na rua. O pior inverno desde 1954. O acúmulo de neve chegou a mais de 50 cm. Era neve para todo lado. Agora imaginem ter que ir para a faculdade às 8 da manhã e voltar do trabalho às 23hs a pé. Só para lembrar, neve não é areia. Depois de um início um pouco conturbado, o time começou a engrenar. Conseguimos uma seqüência de vitórias e a nossa posição no ranking nacional subiu. Ah, só para constar, eu continuo indo para a aula.
MARÇO – ALEGRIAS E TRISTEZAS
Boas e más coisas ocorreram nesse mês. Entre as boas, fui para Califórnia com o time durante o Spring Break. Jogamos 3 jogos na Califórnia, passeamos em San Diego, visitei a Disneyland e o Six Flags (parque com montanhas-russas). Foi um viagem fantástica. Durante o mês de março ficamos ranqueados como número 3 no ranking nacional. A má notícia foi a destruição do meu querido Ford Tempo 94, que foi atingido por um caminhão que removia neve das ruas. Felizmente, nada aconteceu com os guris que estavam dirigindo o meu carro, mas o carro coitado virou história.
ABRIL – APOSENTADORIA
Jogamos os regionais e acabamos perdendo na final. Mesmo assim continuamos rankeados como número 3, o que nos deu o direito de disputarmos os nacionais 2 semanas depois. Nos nacionais chegamos as semi-finais, onde acabamos perdendo e concluíndo a competição na terceira posição. Essa foi a melhor colocação da universidade até hoje. Além de terminarmos como na terceira posição como time, individulamente eu fui condecorado com vários prêmios individuais. Fui eleito pelo segundo ano seguido o MVP (melhor jogador) da minha conferência (é bom lembrar que essa temporada eu estava atacando), MVP do meu time e para minha surpresa fui condecorado com a aposentadoria do meu número. Isso significa que nas próximas temporadas nenhum outro jogador poderá usar a camisa de número 9.
MAIO – 3.0 TURBO
Depois de um semestre cheio de provas e trabalhos ele finalmente chegou ao final. Foi o semestre mais difícil que eu já tive até hoje, mas eu sobrevivi. Para comerar o final do semestre nada melhor do que duas semanas no Brasil. Mas é claro que essa não foi a razão principal do meu retorno, mas sim a celebração dos meus 30 aninhos de vida. Foi uma ocasião muito especial porque pude passar-la com os meus amigos e familiares que fazem muita falta aqui nos EUA. Alguns deles eu não via a mais de 3 anos. Agora, assim como o Kinho eu também sou 3.0, e agora posso concordar com as palavras do nosso amigo Luciano (Xani) que costuma dizer, “a vida muda depois dos 30”.
JUNHO: CONSTRUÍNDO UM JARDIM MELHOR
Retornei para Milwaukee, onde estou trabalhando em uma empresa de jarninagem. Não é o melhor emprego do mundo, mas pelo menos estou juntando dinheiro para pagar as contas e o carro que eu comprei para mim (havia esquecido de comentar isso, agora tenho um Ford Focus 2007 preto). Além do mais o trabalho de “jardineiro” me proporcionou um bronzeado fantástico. Após trabalhar quase 10 horas por dia, chego em casa, tomo um banho e saio para curtir o verão de Milwaukee, que é fantástico. A cidade muda completamente. São atividades quase que diárias e a maioria delas são gratúitas.
Espero que eu não tenha cançado vocês. Vou tentar voltar a escrever mais seguido, mas o trauma de ter sido suspeito de um crime de assassinato realmente me abalou muito (ver blogs anteriores).
Um grande abraço a todos,
Mattia
